Baixe esse texto em pdf: Emoções
A função da emoção é organizar a “prontidão para”, ou seja, prontidão para estabilizar, manter, mudar ou terminar um modo especifico de relacionamento com o ambiente. A emoção, ou cada emoção, coloca o cérebro em um modo específico de prontidão para um tipo particular de ação. Os padrões mais conhecidos e referidos são:
Alegria: tendências de ação que surgem frente ao progresso em direção a algum objetivo ou proximidade com uma figura de apego ou com pares. No relacionamento interpessoal sáo tendência que promovem a afiliação.
Tristeza: tendências de ação que surgem frente a situações de perdas ou faltas, no relacionamento interpessoal são as tendências de ação que despertam, no outro, ações relativas a cuidado. Exemplo: Oferecer um lenço a uma mulher que chora – cena do filme O estagiário com Robert De Niro
Medo: tendências de ação que surgem frente a desafios e perigos e como a tristeza despertam no outro ações relativas a proteção.
Raiva: tendências de ação que surgem quando um objetivo é frustrado e quando uma outra pessoa parece ser responsável pela frustração. Nas relações interpessoais favorece ações que auxiliam no estabelecimento de dominância na relação.
Esta posição teorica se tornou popular a partir dos trabalhos de Bolwby (1969) na psicologia do desenvolvimento e de Tomkins (1962) e Simon (1967) na Psicologia Cognitiva. Antes disso as emoções eram entendidas como o colorido dado a experiência após a resposta dada a um evento (W.James 1890) ou como vestígios derivados da história evolutiva e como vetígios as emoções acontecem independente de haver ou não um uso para elas (Darwin 1872/1965).
Conceptualizar a emoção como um um modo de funcionamento significa entender que o fato primário da emoção é ser uma ação com um propósito orientado para um ambiente. Por isso, raiva, não é primariamente a expressão facial e sim um propósito orientado em direção ao mundo no qual a frustração é experimentada e a dominância sobre o outro é pensada. Por isso uma pessoa, mesmo uma criança, com desordem emocional, pode decidir dar risada quando uma outra criança mais velha lhe toma o brinquedo e mais tarde rouba dinheiro da mala do menino mais velho. Apesar de brevemente expressar “alegria” ao dar risada, sua orientação é de raiva e retaliação.
Fonte: Jennifer M. Jenkins & Keith Oatley Em Emoções em Psicopatologia. Org. Por William Flack Jr. E James D. Laird
Autor: Márcia Martins de Oliveira